Praga dos jacintos serve de alerta para a necessidade de projeto a longo prazo para o rio Cávado

Os vereadores da Câmara e representantes dos partidos com assento na Assembleia Municipal visitaram ontem os trabalhos de remoção dos jacintos do rio Cávado. José Beleza, vereador do ambiente, salientou que não há melhor forma de esclarecimento do que o contacto direto com o problema: “Penso que as pessoas estando no rio e vendo o problema é melhor do que dar uma explicação em papel ou oral. Não há nada como estarmos em sintonia, porque este é um problema de todos, que vem de há muitos anos, temos todos que resolver. O problema dos jacintos tem um plano de intervenção a curto prazo, mas a médio e longo prazo todos têm que intervir quer a nível político, quer a nível cívico para resolver este problema”.

Da oposição ouviram-se críticas de que a intervenção agora realizada devia ter sido feita mais cedo. José Beleza responde que o importante, agora, é fazer o ponto da situação e depois pensar a longo prazo: “Este plano de intervenção já está delineado há alguns anos, por vários motivos não foi feito. Estou no pelouro do ambiente há dias. Mas o que interessa é o que vamos fazer a curto, médio e longo prazo para termos um rio do qual todos possamos usufruir”.

José Novais, vereador do PSD, lamenta que a Câmara tenha deixado o problema alastrar: “De facto, é um trabalho gigantesco. Não tinha ideia da dimensão real, porque há três meses o rio estava limpo, não tinha esta praga que vemos aqui. Deixar chegar ao ponto a que chegou é lamentável. Lamentamos que quem tem intervenção direta, que são as entidades de jurisdição hídrica e as autoridades locais, nomeadamente a Câmara Municipal, deixe alastrar ao ponto que esta praga se alastrou”.

O vereador independente Domingos Pereira pede uma maior intervenção da Comunidade Intermunicipal do Cávado: “Acho que se tem que assacar aqui algumas responsabilidades, porque acho que tem havido alguma negligência no tratamento desta questão. O rio Cávado, do Gerês a Esposende, engloba seis autarquias que estão representadas na CIM – Cávado. Esta é uma entidade que tem obrigação e responsabilidade de fazer uma monitorização muito cuidadosa e até a questão junto das entidades oficias, do Governo”.

António Ribeiro, vereador do CDS, defende que a Câmara devia ter intervindo mais cedo: “Alguém falhou nisto tudo. O primeiro responsável será o Município que terá de ter em atenção quando as coisas começam, pois se não são atacadas logo de início, prolongam-se e chegamos ao ponto a que chegamos. Vi o rio em Agosto e não tinha quase nada e agora há partes em que não se vê a água. Mas mais importante do que estar a atirar culpas é sensibilizar as pessoas e juntarmo-nos todos, não só as entidades como a população e as juntas, para resolvermos este problema”.

José Maria Cardoso, deputado municipal do Bloco de Esquerda, pede um plano a longo prazo para o Cávado: “No imediato, reconheço que é necessário atuar sobre a remoção dos jacintos, é isso que é prioritário, mas é exigido muito mais do que isso. Exige-se que se faça algo que tenha a ver com um plano eficiente de despoluição do rio e que seja um plano integrado para sabermos aproveitar uma beleza natural que atravessa o nosso concelho e para a qual temos vindo constantemente a virar as costas”.

O PCP não esteve presente nesta vista aos trabalhos de remoção dos jacintos do Cávado. Uma praga que surgiu após as grandes cheias de 2001 e tem-se agravado nos últimos tempos com a descida do caudal do rio. Em algumas zonas, o espelho de água está totalmente tapado por esta planta invasora.

O Município estabeleceu um protocolo com as corporações de Bombeiros de Barcelos e Barcelinhos para a remoção dos jacintos. A intervenção está a decorrer desde 16 de Novembro e o protocolo estende-se até 31 de Março.

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