O Bloco de Esquerda reagiu ontem ao chumbo do acordo da água. O candidato à Câmara José Ilídio Torres afirma que “ainda bem” que a proposta foi chumbada, uma vez que a aquisição de 49% do capital da empresa vai contra as pretensões do partido que defende o regresso da concessão à esfera do Município: “O presidente da Câmara, por estratégia política própria, viu chumbada a sua pretensão. O que temos a dizer sobre o assunto? Ainda bem que foi chumbada, porque nunca defendemos esse tipo de solução. Portanto, vimos com bons olhos este chumbo. Não sabemos o que vai acontecer nos próximos tempos. O presidente da Câmara referiu que iria tentar que fosse na mesma à Assembleia Municipal, o que não me parece muito viável. Parece-me que este assunto vai passar as eleições autárquicas e quem vier vai arrumar a casa”.
José Ilídio Torres aproveitou para responder às críticas do PCP e esclarecer a posição do Bloco de Esquerda sobre a concessão da água e saneamento: “Fomos muito claros e dissemos isso na Assembleia Municipal, concretamente ao deputado Mário Figueiredo, do PCP, que somos a favor da remunicipalização e, portanto, do resgate total da concessão. O que disse foi que, não sendo viável esse cenário, poderíamos equacionar um voto positivo na compra de 75% da empresa, porque a Câmara seria acionista maioritário”.
Na conferência de imprensa realizada ontem na Escola do Souto, em Arcozelo, o Bloco de Esquerda apresentou o candidato àquela freguesia. José António Carvalho, 58 anos, funcionário da Renault, é o rosto da candidatura do Bloco de Esquerda a Arcozelo. “As pessoas que fazem parte desta lista pretendem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da freguesia bem como para uma nova e diferente conceção do papel da junta na resposta aos anseios da população. Queremos promover o desenvolvimento harmonioso de Arcozelo com uma intervenção global e abrangente nos diversos domínios. Não podemos recomeçar do zero, mas podemos modificar e melhorar”, afirmou o candidato, elencando, de seguida, algumas das propostas da lista, entre elas a construção de uma piscina e a readaptação de escolas desativadas, como a do Souto, onde decorreu a conferência, para atividades de cultura e lazer.