PS/Barcelos critica Mário Constantino por manter confiança em Domingos Pereira , condenado por corrupção.

“Pela boca morre o peixe”, afirma os socialistas barcelenses.

Leia o comunicado na íntegra:

A”pesar do período de graça de início de mandato que os cidadãos
costumam conceder aos eleitos às autarquias locais e a outras
instituições públicas, os barcelenses começam a habituar-se que as
palavras proferidas durante a pré-campanha e campanha eleitorais
pelo atual presidente da Câmara Municipal, Mário Constantino Lopes, não combinam com as ações que este desenvolve no exercício do cargo que ocupa – antes pelo contrário: contradizem-se.
Vamos aos factos: após a entrega das listas das diversas
candidaturas às autárquicas de 2021, o Barcelos Popular ocupou toda a sua primeira página com um exercício de contabilidade, informando no título da manchete que “PS já garantiu duas juntas” (referindo-se ao facto de o PS ter concorrido sozinho a duas freguesias e por isso já ter garantidas pelo menos duas vitórias eleitorais) e no subtítulo que “Autárquicas: Coligação de Direita Não Completou Três Listas”. A notícia estava ilustrada com uma fotografia de Mário Constantino
Lopes, candidato da coligação de direita composta pelo PSD, CDS e BTF, e outra de Horácio Barra, candidato do PS, sendo que tanto uma como outra continham uma declaração de cada candidato.
A declaração de Mário Constantino Lopes, atual presidente da
Câmara, dizia o seguinte: “Qualquer vereador que seja constituído arguido deve suspender o mandato”. Nas páginas interiores do Barcelos Popular, perante a insistência do jornalista que o entrevistava, Mário Constantino Lopes não poderia ter sido mais claro e taxativo com a afirmação que proferiu: “Vocês querem um título e eu dou-vos já: qualquer vereador que seja constituído arguido no exercício de funções, peço para suspender o mandato.”
A pergunta do jornalista mostrava-se pertinente, porque os partidos e o movimento de cidadãos que compõem a coligação de direita hoje no poder, foram implacáveis na censura a Miguel Costa Gomes, ex-presidente de Câmara eleito pelo PS, pelo facto de não ter abdicado do cargo que exercia quando foi constituído arguido, como se houvesse, tanto quanto sabemos, algum presidente da Câmara deste país que não tenha sido constituído arguido em um ou mais processos.
Sucede, porém, que até à data, Miguel Costa Gomes nunca foi
acusado em nenhum processo. Nunca! Apesar de no âmbito de um deles ter sofrido medidas de coação em juízo de primeira instância, logo corrigidas pelo Tribunal da Relação, que as considerou “Desproporcionadas, Desadequadas e Desnecessárias”.
Mesmo assim, a oposição de direita, liderada por Mário Constantino, fez desse facto o verdadeiro campo de batalha, enganando os
barcelenses com insinuações ilegítimas e fazendo promessas que agora não cumpre.
E não cumpre a promessa eleitoral que para ele se tornara ponto de honra, porque perante o facto de o seu vice-presidente de Câmara ter sido condenado em primeira instância num caso de corrupção passiva com benefício patrimonial, Mário Constantino Lopes tem a desfaçatez de escrever em recente Comunicado da Presidência que “mantém a confiança pessoal e institucional” no seu vice-presidente, pois que
este irá recorrer ao Tribunal Superior.
Ora, o que está aqui em causa não é, obviamente, a manutenção e até o reforço da confiança de um parceiro político, mas a escandalosa contradição entre o que Mário Constantino Lopes disse em campanha eleitoral do alto da sua suposta superioridade moral e o que faz na prática, que é completamente o contrário.
Infelizmente para Barcelos e os barcelenses, estas contradições do atual presidente da Câmara vão-se acumulando numa longa lista, trazendo em si mesmo a preocupação, senão a certeza, de que Barcelos dispõe hoje de uma presidência de Câmara que não está à altura do Concelho e dos barcelenses.

A Mário Constantino Lopes, que parece gostar muito de falar e fazer o contrário do que disse, será apropriado dizer que “pela boca morre o peixe”.

Barcelos, 30 de maio de 2022
“O Secretariado da Comissão Política Concelhio de Barcelos

Partido Socialista”.

 

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