Os Amigos da Montanha foram convidados a participar no podcast “Conversas desportivas: boas práticas no desporto”, promovido pelo projeto Open B e direcionado a pais e encarregados de educação dos atletas de formação do Óquei Clube de Barcelos.
A iniciativa decorreu domingo, 11 de setembro, no Pavilhão Municipal de Barcelos, e juntou educadores interessados em partilhar ideias e trocar impressões sobre que comportamentos devemos todos ter quando nos sentamos na bancada.
Os Amigos da Montanha, entidade com certificação em matéria de Ética, foram convidados pelo Open B para falar sobre boas práticas no desporto, ética no desporto, valores éticos, dopping e fair-play. Elisabete Rocha, diretora geral dos Amigos da Montanha, começou por explicar o papel importante dos pais enquanto espelhos que os filhos tentam copiar, numa alusão à máxima de que “as crianças veem, as crianças fazem”. Por isso, se os pais tiverem comportamentos erráticos, a probabilidade de os filhos os replicarem é grande. Não basta dizer que não se deve fazer isto ou aquilo, é preciso demonstrar.
A prática de uma modalidade, seja ela qual for, é muito mais do que a busca pelos melhores resultados. Aliás, há um longo caminho até aí chegar e aos pais cabe orientar os filhos em muitos dos passos nesse trajeto. Quando uma criança começa a fazer um determinado desporto, antes de uma qualquer vitória quantitativa há muitas outras para alcançar: a aprendizagem, o convívio, o treino, o autocontrolo, a amizade, a diversão, a formação, o espírito de equipa, o respeito pelo adversário ou o saber ser são só alguns exemplos. Estas sim são vitórias que qualquer encarregado de educação deve privilegiar. “O atleta não pode ser atleta antes de o ser. A criança ou jovem quando começa uma modalidade não tem de ter logo resultados. Não é logo atleta, mas alguém que tem de se divertir por estar a aprender e a praticar desporto”, acrescentou Elisabete Rocha. “Referimo-nos a valores que, depois de assimilados, são facilmente transportados para a vida em sociedade, que nos moldam a personalidade e nos ajudam a definir como cidadãos”, acrescentou Eduardo Coelho, professor de Educação Física, atleta de orientação e treinador nos Amigos da Montanha.
É igualmente importante que os pais não espelhem nos filhos eventuais frustrações. Pelo contrário, devem-nos deixar experimentar e descobrir o desporto que mais gostam e que melhor se adequa às suas caraterísticas, e não aquele que os pais gostariam que os filhos praticassem.
Mas se são os filhos que praticam determinado desporto, os pais devem, também, vestir a camisola. A camisola do apoio e do aconselhamento, proporcionando o melhor ambiente familiar possível para que os atletas se sintam motivados e apoiados. “É ok não estar ok, porque é normal haver ansiedade ou medo e aqui o importante é focar no processo de melhoria de competências e não tanto nos resultados. É fundamental haver este suporte familiar, mas também no balneário, entre colegas e treinadores, porque se temos a família de sangue, também temos a família desportiva e é importante e necessário o apoio de ambas. De tudo tiramos aprendizagens e memórias, por isso, foquemo-nos no melhor exemplo que podemos dar”, anuiu, ainda, Elisabete Rocha.
Mas o desporto não abre a porta apenas a coisas positivas. Exemplos de dopping e violência também acontecem. E também aqui o papel do encarregado de educação, do treinador ou do professor é crucial para a transmissão de estratégias e valores.
A sessão contou, ainda, com intervenções de Marco Norte, diretor desportivo do Grupo Desportivo da Apúlia e técnico de exercício físico, e com uma forte colaboração dos pais, numa manhã produtiva de partilha, focada nos valores da ética e do desportivismo.
Muito obrigado ao Open B pela promoção da iniciativa e ao Óquei de Barcelos pela participação. Juntos, conseguimos, efetivamente, construir uma sociedade melhor e preparar as nossas crianças e jovens, ensinando-lhes que vencer nem sempre é somar pontos ou chegar em primeiro.
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