Será que à segunda é de vez?

O Negreiros está pela segunda vez consecutiva na final da Taça Cidade de Barcelos e acabou o campeonato na terceira posição, tendo lutado pelo título até duas jornadas do final. Marco Silva não só faz um balanço positivo da época, como dos quatro anos em que o clube começou a competir no Popular: “Em quatro anos, fomos campeões da Segunda Divisão logo na época de estreia, conseguimos duas finais da Taça Cidade de Barcelos e terminámos o campeonato em terceiro lugar”.

O presidente do Negreiros salienta, ainda, a “muita envolvência” dos adeptos: “Temos constantemente 30, 40 adeptos a assistir aos treinos e 400, 500 pessoas a ver os jogos”. E os negreirenses vivem o futebol com grande entusiasmo: “Os adeptos têm uma forma muito própria e muito aguerrida de ver os jogos”.
Do que Marco Silva também muito se orgulha é de ter um plantel com “cem por centro de jogadores da terra”. “É essa a nossa vitória. Qualquer clube em Barcelos trocava algumas vitórias por este ambiente que nós temos”, congratula-se.
O Negreiros competia no Federado e ingressou no Popular após anos sem atividade. Marco Silva lidera a direção que lançou as sementes deste projeto desportivo: “O campo era um estaleiro de obras. Fizemos o campo, as bancadas, criámos uma estrutura que permite ao clube ter receitas, que é o bar. Depois, temos os associados e empresas associadas que nos dão apoio forte. Mas queremos mais que isso, queremos relva sintética e precisamos para isso de maior envolvência da Junta e da Câmara”.
Após quatro anos à frente do clube, Marco Silva considera que é altura de haver uma renovação: “Termina aqui um ciclo. Logo após a final da Taça será feita uma reunião e serão abordadas novas pessoas. O clube precisa de sangue novo, deve manter as linhas de orientação mas precisa de outras pessoas, porque quatro anos cansam muito”.
Rui Paulo, treinador da equipa há quatro anos, está satisfeito por repetir a presença na final da Taça e apesar de o adversário ser da Segunda Divisão não espera facilidades: “É um jogo muito especial em que a motivação está no limite, estejamos na Primeira Divisão ou na Segunda. Sendo teoricamente mais forte essa diferença não se vai notar. O Águias de S. Mamede é uma equipa muito boa porque está na final da Taça”.
Em jeito de balanço, Rui Paulo considera que o terceiro lugar no campeonato “sabe a pouco”: “Tínhamos dois objetivos claros: chegar ao final da Taça e fazer melhor do que na época passado (sétimo lugar). Conseguimos o terceiro lugar, inédito no clube, é muito bom, mas queremos mais. Perdemos alguns pontos no início da segunda volta com equipas teoricamente mais acessíveis e que no final nos fizeram imensa falta”.
O presidente do Negreiros considera que o Campeonato Popular “está bem organizado, o nível das equipas é muito bom, o nível das equipas de arbitragem na sua maioria é acima da média e a direção não falha com nada”. Opinião idêntica tem Rui Paulo: “Já estou no Popular há muitos anos e a diferença é abismal. Está melhor, mais competitivo, se todos ajudarmos ainda vai melhorar mais. Se as equipas não saem para a AF Braga é por alguma razão…”.
Rui Paulo e Marco Silva jogaram pelo Macieira, clube vizinho, e ambos garantem: “É o nosso maior amigo, mas também o nosso maior rival”. O jogo para a Taça que ficou 3-3, decidido nos penáltis a favor do Negreiros, fica para a história. “Um momento único para as duas equipas com o recinto completamente cheio”, recordam.

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