BE aberto a coligação com PS ou Domingos Pereira

O Bloco de Esquerda apresentou ontem o seu programa eleitoral para as eleições autárquicas de 1 de Outubro. O partido acredita que poderá eleger um vereador e mostra abertura para uma coligação com o PS ou com Domingos Pereira mas nunca com o PSD. O candidato à Câmara, José Ilídio Torres, sublinha a disponibilidade para integrar um executivo que pratique uma política de esquerda: “Achamos que estamos num momento particular da vida política em Barcelos. Face ao que vem acontecendo, abre-se uma perspetiva nova e na qual queremos trabalhar, que é a de fazer parte de uma nova ordem política com possibilidade de sair destas eleições. Muito dificilmente qualquer partido ou movimento terá maioria absoluta, o que abre a perspetiva de o BE poder integrar um executivo, se conseguirmos a eleição de um vereador, na condição de esse executivo poder implementar uma política de esquerda”.

O candidato à Assembleia Municipal, José Maria Cardoso, realça que “a linha vermelha é o PSD”.

O Bloco de Esquerda não espera que o PSD ganhe as eleições e, portanto, diz-se preparado para uma “geringonça” a nível local. Contudo, essa disponibilidade não cala as críticas dos bloquistas que acusam o presidente da Câmara de fazer campanha às custas do contribuinte.

José Maria Cardoso afirma que a revista Cidadania, lançada pelo Município, é uma plataforma de promoção pessoal do presidente da Câmara e critica o facto de no último número, em vez de um balanço da obra feita no mandato, surgirem maquetas de projetos que nem sequer têm data para arrancar: “A revista tem a proliferação do culto da personalidade, uma espécie de Kim Jong-un de quintal. Em 16 páginas tem 20 fotografias do presidente. Este último número foi mais modesto, na verdade não tem tantas fotografias. Em 17 páginas de texto tem 10 fotografias, não é mau, atendendo ao que tem vindo a ser até aqui. Mas acontece que a outra metade da revista é uma simulação em 3D de um conjunto de obras que estão programadas há não sei quantos anos, têm transitado de mandato em mandato e, mais uma vez, estão projetadas para uma data qualquer. Nem sequer é apontada a data de abertura do concurso, já nem falo do início das obras. No final de mandato é importante, e diria exigível, uma prestação de contas, o que fez no mandato, o caricato neste caso é que é fazer contas do que não fez. Daria vontade de rir, não fora o facto de isto ser pago por todos nós. É que esta revista não é do PS, não é do candidato A, B ou C, é da Câmara Municipal, e não fica lá muito barata. Segundo alguma comunicação social, cada número custa 15 mil euros. É dinheiro nosso que serve pura e simplesmente um interesse, neste caso, muito pessoal”.

O programa eleitoral do Bloco de Esquerda tem como pilares a qualidade dos serviços públicos, o retorno da concessão da água ao Município, a cultura, a juventude e a valorização do Rio Cávado, entre outras preocupações.

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