PCP sobre acordo da água: “Quanto isto estiver limpinho, os 49% voltam à barriga da mãe”

O PCP anunciou, sem surpresa, que irá votar contra o acordo da água na Assembleia Municipal. O partido continua a defender o resgate da concessão e considera que a proposta de aquisição de 49% do capital da Águas de Barcelos não resolve o problema. Ou melhor, resolve o problema dos acionistas, mas não dos barcelenses. Mário Figueiredo acredita até que, após a empresa ter os problemas financeiros sanados, os 49% do capital adquiridos pelo Município vão voltar às mãos dos privados: “Leva-me a crer é que, quando isto estiver tudo limpinho – como dizia um treinador, limpinho, limpinho – regressa à barriga da mãe, os 49% vão ser vendidos. O que a Câmara está a fazer é resolver os problemas dos acionistas. Vai colaborar nas despesas e dificuldades financeiras desta empresa e quando isto estiver tudo correto, vai regressar aos acionistas”.

O PCP diz que PSD e CDS, que viabilizaram o acordo em reunião da Câmara pela abstenção, mostram que não têm soluções para o problema e acusa a restante oposição – do BTF ao Bloco de Esquerda, passado pelo MIB – de terem uma falta de consistência nas suas posições que impossibilitou a defesa em torno do resgate. Quanto ao PS, Mário Figueiredo afirma que os socialistas não perceberam a origem do problema da água: “O que nós verificamos é que o PS não percebeu a verdadeira origem do problema da distribuição da água no concelho. Porque se é certo que o contrato da concessão tinha cláusulas gravosas que fizeram com que este contrato fosse ainda mais ruinoso, a origem do problema está na privatização, independentemente dos termos que estão no contrato”.

Mário Figueiredo alerta ainda para o aumento do preço da água: “A concessão continua, as tarifas da água vão aumentar, o acesso à água vai ser cada vez mais difícil porque será um serviço cada vez mais caro, cumprindo os interesses dos acionistas. Esta solução não resolve o problema dos munícipes, resolve o problema dos acionistas”.

O PS aprovou com a abstenção do PSD e CDS e os votos contra do BTF a proposta para a compra de 49% do capital da Águas de Barcelos. O acordo será agora votado na Assembleia Municipal.

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