O que significam os troféus da Taça e do Campeão?

Abílio José Meira é licenciado em Design Gráfico pelo Instituto Politécnico do Cávado e Ave, instiutição na qual concluiu também o mestrado em Design do Produto e foi quem desenhou a Taça Cidade de Barcelos e o troféu de Campeão da Primeira Divisão do Popular. O designer de 30 anos aceitou o desafio por ser uma forma de mostrar o seu trabalho. Depois de fazer a Taça Cidade de Barcelos na última época, foi convidado para criar o troféu Campeão da Primeira Divisão este ano. À Rádio Cávado Abílio Meira explica o que significa cada um dos troféus.
O que idealizaste ao fazer a Taça Cidade de Barcelos?
A Taça Cidade de Barcelos foi o primeiro troféu e tendo o nome da cidade, achei por bem fazer uma espécie de analogia e contar um pouco a história de Barcelos. Nem toda a gente conhece a história de Barcelos, eu próprio só conheço parte dela, portanto isso envolveu alguma pesquisa e perceber a razão de haver alguns monumentos e usá-los como ícones e identificadores com o simbolismo da cidade no troféu. A forma da Taça parte da Torre de Menagem, que é a única que está de pé. Daí surgiu a forma quadrangular que se vê no troféu. E depois fui buscar outros elementos para compor ali uma história. E então passou-se para a base. A base tem três listas que simbolizam cada uma das torres existentes na muralha e tem o escudo dourado à volta do troféu que simboliza a muralha. A barra da frente simboliza a ponte medieval e no topo dessa barra tem a cruz dos templários que é o simbolismo de D. Nuno Álvares Pereira. Ele foi considerado o génio da estratégia e como o futebol depende de questões táticas, estratégicas, de análise do adversário, então foi feita uma analogia ao D. Nuno Álvares Pereira. De todas as batalhas que ele travou saiu vitorioso e daí ter essa ligação, porque quem ganha a taça é porque nunca perdeu ao longo da competição, portanto é, de certo modo, comparado com o D. Nuno Álvares.Para fechar, tentando transpor para os tempos atuais, havendo ligação com as linhas mais modernas, foi colocada uma frase em latim na frase posterior que significa “momento de glória és vitória”. Há uma personificação da vitória em que o vencedor levanta a taça e é como se estivesse a falar diretamente com a vitória. A frase é escrita em latim para fazer a ligação à parte medieval.
O objeto em si que materiais tem?
A Taça é banhada a ouro e prata. Além de ter o valor conceptual e o significado, tem ainda o valor material. É uma taça valiosa.
Para o troféu de campeão da Primeira Divisão, novidade este ano, a abordagem foi obrigatoriamente diferente.
A taça de Campeão teria que ser algo mais imponente, daí o troféu ter dimensões superiores, embora em termos de peso sejam iguais, pesam entre 7,5kg e 8kg. Havia uma clara preocupação em que a taça de campeão fosse imponente, digna de campeão. Baseado nisso e considerando que o Campeonato Popular de Barcelos envolve uma série de freguesias não fazia sentido ir buscar elementos à história da cidade. Então, o que é que temos aqui como elemento característico do concelho? O artesanato. A placa branca entre as duas partes de prata é feita por duas pessoas: um oleiro à roda, sr. Fernando Pereira, e depois pintado por uma senhora que é artista plástica, Carolina da Conceição. O entrelaçar das linhas douradas significa o percurso do campeão desde que começa a prova até que ergue a taça. Nenhuma taça de campeão será igual, porque essa é uma peça sempre feita à mão e será sempre diferente, assim como o percurso de cada campeão é diferente. As taças podem ser iguais no geral, mas haverá sempre uma peça nela diferente de ano para ano. A forma baseou-se no ato de erguer a taça, os dois braços no ar. O campeão quando ergue a taça levanta os braços e há sempre um que fica maior do que o outro, daí as duas asas viradas para cima. Tem ainda as barras acrílicas no interior do troféu que simbolizam cada uma das equipas participantes na Primeira Divisão na respeitva época. A barra mais alta significa o campeão e a mais baixa o último classificado.

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