Candidatos à Assembleia Municipal concordam que as reuniões não podem terminar de madrugada

As reuniões da Assembleia Municipal de Barcelos não podem continuar a terminar de madrugada, é preciso dignificar o órgão e envolver mais os cidadãos na discussão política. Nestes pontos parece haver unanimidade entre os cinco candidatos à Assembleia Municipal que ontem estiveram em debate na Rádio Cávado. Divergem, contudo, nas soluções que apresentam para melhorar o funcionamento daquele órgão.

Horácio Barra, candidato do PS, defende que, em diálogo com todas as bancadas políticas, seja encontrada uma fórmula para otimizar os tempos de intervenção: “Há que introduzir melhorias no sentido de otimizar os tempos de participação de todos os grupos municipais e dos deputados que queiram fazer intervenções, de modo a que as assembleias municipais não se tornem intermináveis e sejam, inclusivamente, más para a própria democracia e para o empenho das pessoas pessoas que participam”.

Adélio Miranda, candidato da Coligação Mais Barcelos, propõe levar a assembleia às freguesias do concelho: “Não estou aqui a dizer que vou mudar [o dia], mas à sexta-feira é o fim de uma semana de trabalho para muita gente. Acho que tem de se limitar a duração da assembleia municipal, porque quatro da manhã não é uma hora adequada e é uma falta de respeito até por quem está a assistir. Outro aspeto que quero focar e tenho intenção de praticar é a descentralização da Assembleia Municipal. Se for imbuído nesse cargo tenho a intenção de que algumas das nossas assembleias sejam feitas fora da cidade de Barcelos, nas freguesias, ponderado vários fatores em conjunto com os deputados municipais. Teria dois objetivos: levar os deputados municipais a conhecer melhor essas aldeias e, por outro lado, levar as pessoas desses locais a participarem na Assembleia Municipal”.

José Paulo Matias, candidato do Movimento Independente Barcelos, Terra de Futuro, quer a criação de comissões de trabalhos específicas sobre determinadas matérias: “Não podemos ter assembleias a acabar às três ou quatro da manhã e para isso temos que ter soluções concretas. E temos de criar capacidade de participação ativa de todos os membros. E como é que isso se consegue fazer sem prolongar o tempo? Em primeiro lugar, uma coisa que se fez este mandato e acho muito interessante, é a conferência de líderes antes da reunião. Em segundo lugar, um regimento que, de facto, organize melhor os tempos, a forma de intervenção. Em terceiro lugar, talvez seja a mais importante do meu ponto de vista, é a constituição de comissões de trabalho específicas. Questões como o plano de atividades e orçamento, relatórios, este tipo de intervenções merecem comissões especializadas de análise que acompanhem muito o executivo, fiscalizem e façam propostas concretas”.

José Maria Cardoso, candidato do Bloco de Esquerda, defende menos pontos em discussão e mais reuniões: “Dizemos que à sexta-feira à noite é cansativo, mas ao sábado à tarde também é cansativo se estivermos seis, sete horas a discutir questões políticas. O que me parece importante é perceber porque demoram tanto tempo as reuniões. Uma das razões é termos constantemente ordens de trabalho com 13, 14, 15 pontos… isto não faz sentido! Não é praticável. E os partidos que estão representados apenas por um deputado, já viu o que é preparar 15 pontos em agenda para a ordem de trabalho, discutir todas aquelas questões, estar atento a tudo o que passa? É significativo reduzir o número de pontos e aumentar o número de sessões. Em vez de ser as cinco, o mínimo que está estipulado, podemos ter mais, repartidas no tempo”.

Luís Leandro, candidato da CDU, que admite voltar a abdicar do seu lugar em prol de Mário Figueiredo, diz que deve ser encontrada uma forma de as reuniões não serem tão prolongadas mas sem prejudicar as intervenções dos partidos: “É verdade que os horários são péssimos, as assembleias prolongam-se por muito tempo e acabam muito tarde. Teria que ser um trabalho discutido, teríamos de analisar como fazer essa alteração para não acabar tão tarde, não penalizando, contudo, as intervenções dos partidos”.

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