Presidente da Junta de Carvalhal questiona vereadores do PSD, CDS e BTF

O chumbo de um subsídio à Junta de Carvalhal continua envolto em polémica. O presidente da Junta eleito pelo PS em Outubro, Cândido Lopes, interveio na última reunião da Câmara para pedir esclarecimentos aos vereadores do PSD, CDS e BTF.
Recorde-se que a oposição chumbou um subsídio para a realização de obras na escola e jardim de infância de Carvalhal. As obras estavam concluídas e foram pagas pela anterior presidente da Junta, Sameiro Serra, do CDS, mas Cândido Lopes realça que precisa do dinheiro para fazer face à gestão corrente da Junta, sobretudo na área social: “Queria perguntar se a abertura que vai continuar a haver será esta, porque eu não tenho forma de gerir e assumir compromissos do anterior executivo. Sei que já há alguns colegas que estão na mesma situação. Pergunto se os critérios vão ser os mesmos. Sinto desagrado  total, indignação. Como eleito que fui, não tenho condições para servir o povo de Carvalhal, sobretudo com a ação social, que é custo maior que tenho de momento”.
O presidente da Câmara, Miguel Costa Gomes, considera que a oposição está a fazer um boicote à ação dos presidentes de Junta: “Acho um risco político enorme – é a minha opinião, evidentemente – esta tentativa de boicote da gestão individual dos presidentes de Junta. Admito que o PSD vai sentir algumas dificuldades, porque já me abordaram alguns autarcas sociais-democratas rigorosamente com o mesmo problema. E portanto o que isto significa: os autarcas vão receber as despesas, os compromissos que têm para cumprir e não vão ter dinheiro suficiente. É preciso olhar para isto de uma forma diferente”.
O vereador social-democrata Mário Constantino defende critérios rigorosos para atribuição de subsídios às freguesias: “Queremos que haja critérios bem definidos na atribuição de subsídios e que todas as juntas tenham o mesmo tratamento. Entendemos que esta forma de atribuição de subsídios casuística e sem fundamentação consistente não faz sentido”.
Domingos Pereira, vereador do BTF, acusa a Câmara de discriminar freguesias: “Não há ninguém, de certeza absoluta, que tenha contribuído para tanta deliberação para atribuição de subsídios a juntas de freguesia, por isso estamos confortáveis com isto. Não estamos aqui numa perspetiva de prejudicar quem quer que seja, mas queremos equidade na atribuição de subsídios. Apresentei casos de Juntas de Freguesia que estão a ser prejudicas ostensivamente. Estaremos atentos. Nenhuma Junta pode ser ostracizada”.
O vereador do CDS, António Ribeiro, questiona a legalidade de atribuir subsídios para obras que já estão feitas e pagas: “Se o presidente da Junta de Carvalhal quer fazer obra, apresenta faturas, apresenta o que vai fazer. Agora, apresentar obra já feita e paga para receber subsídios, acho que isso nem é legal”.
Confrontado pela Rádio Cávado, o presidente da Câmara diz que não há qualquer ilegalidade e que os presidentes de Junta devem fazer a gestão da sua autarquia conforme as necessidades. Costa Gomes lembra ainda ao vereador do CDS que foi desde que assumiu a gestão financeira da Câmara (após retirar os pelouros a Domingos Pereira) que Carvalhal passou a receber verbas.
É a primeira vez que um subsídio a uma freguesia é chumbado em reunião da Câmara. Além do presidente da Junta de Carvalhal, estiveram presentes na reunião outros autarcas. Agostinho Pires, de Barqueiros, também interveio, salientando que se encontra em situação idêntica ao colega de Carvalhal.

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