O Tribunal da Relação de Guimarães absolveu um notário de Barcelos e confirmou a condenação de três homens, entre os quais um solicitador, por envolvimento numa burla a uma idosa, divulgou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral Distrital do Porto.
O arguido principal do processo, e, segundo o tribunal, o mentor da burla, foi condenado a cinco anos e meio de prisão, por dois crimes de burla qualificada e de um de falsificação.
A este arguido aliou-se, entretanto, um outro, que foi condenado a três anos e meio de prisão, com pena suspensa, por um crime de burla qualificada.
A suspensão ficou dependente do pagamento de 7.500 euros a uma associação de apoio aos sem-abrigo.
Um solicitador de Viana do Castelo que terá colaborado na burla foi condenado, por um crime de falsificação, a um ano e três meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período, sujeita à condição de entrega da quantia de 2.000 euros a uma instituição de apoio a idosos ou pessoas sem-abrigo.
Segundo o tribunal, a vítima foi uma antiga professora, com cerca de 70 anos e que tinha problemas psíquicos, encontrando-se “em situação vulnerável e de fragilidade emocional”.
O principal arguido conheceu a idosa numa pensão no Porto, onde ambos estavam a pernoitar, e encetou uma “relação de proximidade” com ela, tendo-se apercebido de que se tratava de uma pessoa com posses.
A idosa recebia uma reforma de 800 euros e era proprietária de alguns imóveis em Lagos.
Segundo o tribunal, o arguido decidiu subtrair dinheiro à idosa e proceder à venda de todos os bens imóveis sua propriedade, não lhe entregando o respetivo preço.
Passou a ir todos os meses ao banco com a idosa levantar a reforma, ficando com o dinheiro, e conseguiu vender alguns imóveis.
Para este efeito, contou com a colaboração de um outro arguido, conhecedor do mercado imobiliário.
No total, os dois terão “lucrado” 135 mil euros.
Os documentos passados pelo solicitador terão sido “decisivos” para que a burla tivesse sucesso.
A idosa foi encontrada, em 2011, pela PSP a “deambular” pelas ruas do Porto, “desorientada” e “necessitando de cuidados básicos de higiene, alimentação e abrigo”.
(Notícia Agência Lusa)