Estudantes do IPCA ajudam quem está em isolamento a comunicar à distância

Iniciativa insere-se no programa Somos Todos Digitais através de linha telefónica gratuita

Desde o dia 7 de abril que os estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em regime de voluntariado, estão a prestar apoio online a todos os que quiserem aprender a utilizar as redes sociais e serviços de mensagens online, através de uma linha de apoio gratuita, todos os dias, entre as 12h e as 20h.

O objetivo desta linha de apoio com voluntários do IPCA é ajudar a população vulnerável a comunicar à distância, e passa por dotar, jovens ou idosos, de competências digitais com apoio técnico gratuito para que possam falar com familiares e amigos nesta altura de isolamento social.
Numa época tão sensível como a que vivemos, imposta pelo novo Coronavírus, e os seus constrangimentos pessoais e profissionais, a mensagem é simples: Fique em casa. Mas a verdade é que as pessoas têm que se comunicar, querem saber umas das outras, e uma grande parte da população tem acesso facilitado à utilização de soluções tecnológicas.  No entanto, existe ainda um número bastante significativo de pessoas que nunca tiveram oportunidade de adquirir competências digitais. Foi para estes que foi criado o projeto “Somos Tod@s Digitais”, onde, através de uma linha telefónica gratuita (800 100 555), podem solicitar ajuda e ser esclarecidos sobre todas as suas dúvidas, todos os dias, entre as 12h e as 20h.
A colaboração do IPCA, envolve, para além de estudantes, docentes das áreas das tecnologias, que, também em regime de voluntariado, coordenam tecnicamente o grupo dos voluntários e esclarecem as dúvidas que estes possam ter.
Para Maria José Fernandes, Presidente do IPCA, este é mais um bom exemplo de ações onde o IPCA se insere: “O IPCA tem-se ajustado a esta nova realidade. É uma situação nova para todos e estamos todos  a aprender a lidar com ela”.  Refere ainda que o projeto está ser coordenado pelos serviços de ação social do IPC A, assumindo a sua responsabilidade a Sofia Coelho, diretora dos Serviços de Ação Social (SAS), que desde a primeira hora tem mobilizado e organizado toda a linha, alunos e docentes voluntários, e, assumindo que fundamentalmente que esta iniciativa vem vincar ainda  de forma clara o papel de responsabilidade social que o IPCA assume permanentemente.
Silvana Chagas, é docente no IPCA na área da informática, e sempre ansiou fazer parte de um projeto de voluntariado dentro da sua área, e viu aqui a oportunidade que esperava estando, neste momento, no apoio à plataforma e aos voluntários. “Este projeto, além da partilha do conhecimento, permite aos voluntários ter a perceção dos passos necessários para colocar uma operação destas ativa, a logística que envolve até poderem estar na linha da frente, e este Know-how que o IPCA está a proporcionar não tem preço”, considera Silvana que já adiantou querer conhecer pessoalmente estes voluntários depois do isolamento social.
“Atendi um senhor com 81 anos, de Lisboa, que já tinha algum conhecimento relativo à utilização da internet pois já utilizava o e-mail”, começa por referir a voluntária e estudante de Solicitadoria, Susana Coelho (representada na fotografia). “O senhor queria mandar o ficheiro word do Somos Digitais pelo whatsapp para os amigos e algumas fotografias dos seus dias de quarentena. Ligou mesmo do telefone fixo para ter o telemóvel livre para receber a explicação”, adianta a voluntária que tem gostado da experiência de ajudar o próximo.
Também Catarina Malheiro, estudante de Design Gráfico, candidatou-se a voluntária neste projeto por fazer parte de um grupo de jovens muito ativo e que com a chegada da Covid-19 estão mais parados. “Senti necessidade de dar continuidade aos meus valores e ter o meu testemunho para passar a outras pessoas, seja nesta onda digital seja a escrever um bilhete ao vizinho e deixar na caixa de correio”, adiantou a estudante do IPCA.
Jessica Santos, é estudante do Mestrado em Ilustração e Animação, e ajudou um senhor de 82 anos a fazer vídeo chamadas para a família. “É uma situação complicada esta que estamos a viver. Muita gente ainda não tem o hábito de lidar com as novas tecnologias, para mim é algo muito natural, e neste momento, é o mínimo que podemos fazer a quem precisa de ligar para os filhos, para os netos, para os amigos…já é tão difícil estarmos longe…pelo menos que nos possamos ver!”, refere a estudante que está a ver esta experiência com muitos bons olhos e que, na sua opinião, deveria continuar após a passagem desta Pandemia.

“A linha Somos Tod@s Digitais” é uma iniciativa do programa INCoDe.2030 – Iniciativa Nacional para as Competências Digitais – e reúne esforços de várias entidades nacionais para ajudar a população portuguesa com menos competências digitais a lidar melhor com a situação de isolamento social, a que está sujeita.

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