Voluntário argelino da SOPRO fala da sua experiência em Barcelos

“Através do Mediterrâneo, viajando entre as culturas

Depois de terminar a universidade, fiquei entusiasmado por começar a minha vida profissional, concentrar-me no meu trabalho, ganhar dinheiro…. Fi-lo durante dois anos, mas descobri que não é a vida que procuro.

Senti falta de viajar, fazer trabalho humanitário e ajudar as pessoas. Decidi que é hora de mudar e mudar para uma nova experiência.

Quando encontrei a oportunidade de vir para Portugal estava a pensar no que é que vou fazer lá? Que tipo de vida? Só conhecia a lenda Cristiano Ronaldo e também o famoso Vasco da Gama que iniciou a descoberta do novo mundo a partir das costas portuguesas em 1497… E depois? Vamos fazê-lo! Vamos a Portugal.

“O desafio e a adversidade destinam-se a ajudar-te a saber quem és. As tempestades atingem a sua fraqueza, mas desbloqueia a sua verdadeira força.”

Após seis meses do processo do Visto, em janeiro de 2020 cheguei a Barcelos, localizado a norte do Porto, perto do Oceano Atlântico e perto de Espanha, uma cidade muito bonita e pequena, apaixonei-me desde o início do primeiro dia, especialmente depois de experimentar Super Bock com tremoços, de descobrir o seu clima agradável e também depois de começar as minhas atividades com a SOPRO.

De repente a quarentena começou, coronavírus estava em todos os lugares. Fiquei triste por ficar em casa durante todo este período, mas foi uma oportunidade de aprender a cozinhar com o meu amigo italiano Antonio e a tocar guitarra com o Marco de Sardenha, e não de Itália, como ele gosta de dizer.

Foi o melhor momento para descobrir uma nova cultura, linguagem, hábitos e também estilo de vida.

Aqui em Portugal, este projeto de voluntariado foi mais do que participar num projeto Erasmus+ ou intercâmbio intercultural, descobri o meu EU aqui, aprendi com o povo português o ir “com calma” e acreditar que tudo vai correr bem. Aprendi que as pequenas coisas podem mudar o mundo e também o fazer pequenas coisas ajudam-nos certamente a atingir os nossos objetivos, passei a maior parte do meu tempo aqui em Portugal feliz e tranquilo. Alguns dos meus melhores momentos foram também vividos com os idosos da Associação Humanitária de Rio Covo de Santa Eugénia, eu realmente gosto da mentalidade das pessoas idosas em Portugal. Pensei muito na vida destes idosos, que fizeram um grande trabalho em prol do seu país, trabalharam arduamente para salvar Portugal da governação do ditador, viveram a revolução dos cravos 1974. Mais tarde, viram a entrada de Portugal para a União Europeia em 1988, por isso merecem boas condições na sua reforma. Nunca esquecerei os momentos passados a jogar dominó com o Senhor Alfredo, a pessoa mais velha do Associação Humanitária e o melhor jogador de dominó, bem como os momentos passados a jogar às cartas com a dona Lurdes.

Viver no estrangeiro especialmente em Portugal, que é um país histórico e com imensa cultura, é uma das melhores experiências da minha vida, com certeza nunca a esquecerei.”