CEDRAC E CEVAL juntam-se e criam a CONFMINHO – Confederação Empresarial da Região Minho

A criação da Confederação Empresarial do Minho vai “robustecer” a economia da região … “é um exemplo para o resto do país”.

Ministro da Economia, Siza Vieira

Decorreu ontem, dia 30 de março, pelas 10h00, no parque industrial da ACIB, na Várzea, Barcelos, a cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento para a constituição da Confederação Empresarial da Região Minho (CONFMINHO), que resulta da fusão do Conselho Empresarial do Ave e do Cávado (CEDRAC) e a Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), integrando em si doze associações empresariais do Ave, Cávado e Alto Minho, representativas de quase 120 mil empresas.

Esta Confederação aglutinará toda a Região do Minho que é responsável por um volume de negócios de 31.316 milhões de euros e assume um peso de 7,8 mil milhões de euros nas exportações. É com o objetivo de representar esta “potência económica” que surge a Confederação Empresarial da Região Minho (CONFMINHO).

Por  videoconferência, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira,  presidiu a Cerimónia e a apontou a união das doze associações empresarias dos distritos de Braga e de Viana do Castelo como “um exemplo, para todo o país ” do que deve ser a conjugação de esforços dos agentes económicos para as empresas conseguirem vencer a “terrível” crise económica causada pela pandemia de covid-19. Os “ganho de escala” e a capacidade de “robustecimento” do setor foram as dimensões mais destacadas pelo também ministro de Estado no processo de criação da Confederação Empresarial da Região Minho (CONFMINHO), que obrigará o Governo a dedicar mais atenção e mais apoio à economia dos 24 concelhos minhotos.

Este movimento que agora se gera irá seguramente criar instituições mais robustas, mais representativas e por isso mais justificadoras de uma outra atenção por parte do Governo e de apoios para a dinamização da sua atividade”, sublinhou Pedro Siza Vieira, acrescentando  que “há algum tempo ” que as associações empresariais “devem ganhar mais escala” para responderem de uma forma mais eficiente às necessidades das empresas que representam.

Para Siza Vieira, o tempo das associações empresariais de escala exclusivamente local “já lá vai”, pelo que, frisou: este é “um exemplo que, uma vez mais, nesta matéria como em muitas outras, a região do Minho oferece ao resto do país”. “Possamos também todos aprender com esta experiência”, finalizou.

João Albuquerque,  presidente do CEDRAC – Conselho Empresarial do Ave e do Cávado e da ACIB-Associação Comercial e Industrial de Barcelos, disse ontem que o avanço para a criação da Confederação Empresarial da Região do Minho tem como objetivo principal afirmar a economia minhota no espaço nacional e internacional e potenciar o crescimento de um tecido empresarial que cria uma riqueza superior a 31 mil milhões de euros.

“Esta cerimónia é absolutamente importante para a nossa região. Este é “um movimento diferente para o tecido empresarial da região do Minho que é responsável por 72,5 por cento do superavit da balança de pagamentos do Norte, com a contribuição de 3 mil 277 milhões de euros”.

Recordando que a CONFMINHO era “uma ambição com mais de 40 anos, para dar “força, voz e escala” a toda uma região – Minho”, João Albuquerque não deixou de sublinhar que a constituição da Confederação, durante o mês de abril, é uma exigência dos tempos marcados pela crise económica gerada pela crise sanitária.

Considerou a necessidade de as associações empresariais estarem na “linha da frente” da próxima recuperação da económica, consciente de que “os tempos mais próximos serão difíceis” e com “desafios  muito complexos”. “É que desafios complexos obrigam a respostas diferenciadoras”, sublinhando que “ambição” é  palavra de ordem da nova CONFMINHO, que congrega doze associações empresariais.

Luís Ceia, presidente da CEVAL – Confederação Empresarial do Alto Minho, afirmou que a criação da nova confederação “não foi uma decisão fácil”. Congratulou-se com o acordo alcançado e com memorando ontem assinado, alegando que resulta da “união ” em torno de “um conjunto de vontades” .

É convicção do presidente da CEVAL, Luís Ceia, que a CONFMINHO vai representar “ganhos ao nível operacional”, mas significará sobretudo uma representação mais forte da região minhota.

Terminou afirmando “Estamos a fazer história”.

Num contexto de transfiguração da economia nacional e mundial, dos novos desafios que incidem nas empresas, de necessidade de agregação de esforços e de novas ações coletivas, de necessidade da afirmação do potencial económico e empresarial das empresas, a CONFMINHO-Confederação Empresarial da Região Minho, aporta à região a necessária resposta institucional capaz de responder a estes desafios.

Intervieram também o presidente da Associação Comercial de Braga, Domingos Barbosa,   presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, o presidente da AEP – Associação Empresarial de Portugal, Luís Ribeiro e o presidente da CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes.

O presidente da ACB, Domingos Barbosa  defendeu que “no âmbito do processo de recuperação da atividade económica pós – pandemia nos próximos anos, o papel e desempenho das associações empresariais é decisivo para a retoma dos níveis de confiança nas empresas, de necessidade de agregação de esforços e de novas ações coletivas, de necessidade de afirmação do potencial económico das empresas“.

O presidente da CIP, António Saraiva louvou a criação da Confederação Empresarial da Região Minho porque “é a prova da união, da coesão, que o movimento associativo empresarial necessita”. “Estes tempos desafiantes. Estes tempos exigentes exigem que todos saibamos trilhar o caminho de uma verdadeira coesão empresarial”. “O movimento associativo tal como as empresas tem que se reinventar, tem que saber apresentar propostas de valor aos seus associados, propostas que incorporem valor acrescentado. Esse é o caminho,   essa é a nossa missão principal, essa é a nossa matriz existencial”. Focou que “Coesão, inovação, propostas de valor diferentes é o que é solicitado ao movimento associativo como resposta  aos exigentes desafios empresariais”.

Luis Ribeiro presidente da AEP, referiu que “esta Cerimónia tem um significado e passa uma importante mensagem não só ao movimento associativo mas ao país. Cooperação é sem dúvida no momento atual, e será nos próximos tempos o fator chave, o fator que fará com que as associações empresariais possam ter capacidade de resposta, capacidade de apoiar e representar as empresas e os empresários”.

“Nós vivemos tempos desafiantes, tempos de enorme complexidade, de desafios e só com a capacidade de cooperar, de criar sinergias e de partilhar recursos entre todos os interlocutores (como é o caso da CCDR e Politécnicos, centros de investigação) teremos a capacidade de construir soluções, de dar uma resposta qualificada às empresas”.

O presidente da CCP, João Vieira Lopes na sua alocução abordou os desafios que se colocam as estas associações que “inclusivamente têm a sua génese no Comércio e Serviços”. “Estes setores representam mais de 70% do produto interno bruto, mais de 70% do valor acrescentado bruto, mais de 70% do emprego”.

Sucede-se que historicamente estes setores têm sido altamente descriminados nos quadros de apoio QREN e Portugal 2020″“Esta descriminação negativa revela uma falta de visão em relação ao desenvolvimento estratégico do país que a nós nos parece preocupante”. Frisou que “a junção destas associações nesta nova Confederação pode ter um papel importante pois é mais um interlocutor, é mais um elemento de pressão junto do poder político para que a descriminação não venha a suceder no próximo Quadro  de Apoio“Temos que nos posicionar na defesa do verdadeiro apoio ao desenvolvimento destas áreas económicas”.

Cávado fm

A voz de Barcelos

102.4 fm

radiocavado.pt