O Sindicato dos Enfermeiros garantiu esta manhã, junto da administração do Hospital de Santa Maria Maior, em Barcelos, a regularização da situação de cerca de três dezenas de enfermeiros com contratos precários e que tinham sido recrutados por esta unidade de saúde ao abrigo da legislação específica em vigor durante o Estado de Emergência devido ao COVID-19. “A administração reconhece que é urgente resolver esta situação e garantiu-nos que vai solicitar ao Ministério da Saúde a consolidação da carreira destes enfermeiros para depois regularizar os seus contratos”, explica o presidente do SE, Pedro Costa.
A direção desta estrutura sindical reuniu esta manhã com os responsáveis da unidade hospitalar de Barcelos para dar conta das principais reivindicações dos enfermeiros. “Tal como sucede um pouco por todo o País, temos enfermeiros que não estão a ter uma correta contabilização dos pontos para efeitos de avaliação de desempenho, no âmbito do Decreto-lei n.º 80-B/2022”, frisa Pedro Costa.
Para este responsável do SE, “esta é uma queixa transversal a todas as unidades de saúde e que, como nos foi garantido ainda esta semana pela Direção Executiva do SNS, está dependente de uma diretiva central do ministério”. A administração do Hospital de Barcelos admite as dificuldades em regularizar todos os casos, mas diz-se de “mãos atadas” face à ausência de um normativo concreto da tutela.
“Manifestamos também uma enorme preocupação com a escassez de recursos humanos na área da enfermagem e que está a contribuir para uma sobrecarga dos enfermeiros que ali trabalham”, adiantou Pedro Costa. Tal situação, afiança, está a aumentar os índices de exaustão entre estes profissionais e a ter reflexos nas taxas de absentismo. “Muitos enfermeiros não se sentem capazes para continuarem a acumular horas extraordinárias, estão muitos cansados e acabam por pedir baixa porque estão, em muitos casos, em risco de burnout”, sustenta o presidente do SE.
No encontro mantido com a administração do Hospital de Santa Maria Maior, o SE obteve a garantia de que também a escassez de recursos de enfermagem é uma prioridade. “Admitem que os rácios de enfermeiros por doente estão muito abaixo dos mínimos, o que, na nossa opinião, constitui até um risco para a segurança dos doentes, e querem contratar mais enfermeiros para minimizar este problema”, explica igualmente Pedro Costa.
Embora admita que será difícil ter uma solução imediata e urgente para estes problemas, o presidente do SE deixa a certeza de que “o Sindicato dos Enfermeiros vai manter-se atento e vigilante, acompanhando de perto a evolução desta e de outras situações similares que ocorrem em todo o SNS, pois, no limite, é sempre a segurança dos doentes que está em xeque”.
“O período mais delicado da COVID-19 já ficou para trás, as regras do Estado de Emergência e de Alerta já foram praticamente todas abolidas, por isso, é tempo de recomeçar a valorizar uma das principais forças de trabalho do SNS: os enfermeiros”, conclui Pedro Costa.
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