Distinção de artesãos marcou o encerramento da Mostra de Artesanato e Cerâmica de Barcelos

A homenagem, distinção e reconhecimento aos artesãos do concelho marcou o último dia da 40.ª Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica de Barcelos. Na habitual Gala, que decorreu ontem à noite no Parque da Cidade, Luís Gonzaga Coelho foi distinguido com o “Prémio Carreira 2023”, pela sua vida dedicada ao Figurado.
Na categoria “Revelação”, Pedro Macedo venceu o prémio na categoria artesanato contemporâneo, enquanto Daniel Alonso arrecadou o prémio revelação artesanato tradicional.
No que respeita à distinção do Prémio Inovação, o 1.º lugar coube a Cristiana Sá (Pasta de Papel), na 2.ª posição ficou Mina Gallos (Figurado) e o 3.º posto foi para o artesão Testa (Ferro).
Na edição deste ano, estiveram também em destaque os Irmãos Baraça, que arrecadaram o Prémio Melhor Stand, seguidos da TerradoGallo, no segundo lugar, e E.F. na 3.ª posição.
Num recinto lotado, e com a participação da Orquestra Jovem de Barcelos, dirigida pelo Maestro Alfredo Macedo, a Gala de Artesanato 2023 prestou homenagem, a título póstumo, à artesã Maria Inês Ferreira (Bordado de Crivo), que faleceu no ano passado.

“Expressão máxima, pura e genuína” da identidade e cultura do concelho
Na cerimónia de entrega dos galardões, o Presidente da Câmara Municipal de Barcelos sublinhou a importância do artesanato barcelense e da criatividade dos seus protagonistas, considerando que o artesanato de Barcelos é “expressão máxima, pura e genuína” da identidade e cultura do concelho.
Dirigindo-se à juventude, Mário Constantino Lopes referiu que “é importante que os jovens não tenham medo, que saibam ousar, que vão à procura dos seus sonhos e das suas convicções”, dando o exemplo dos premiados na categoria Revelação. “Quando vemos o trabalho do Pedro e do Daniel, percebemos que há muitos jovens a acreditar nas suas potencialidades e a esforçarem-se para conseguirem seguir os seus sonhos. Esse desafio é muito importante”, vincou Mário Constantino Lopes.
Fazendo um balanço do certame, o autarca caracterizou a Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica de Barcelos como um momento de festa e alegria, onde as sete categorias do artesanato e arte popular de Barcelos se mostram na sua máxima plenitude.
Visivelmente satisfeito, o Presidente da Câmara aproveitou o momento para “agradecer a todos os que tornaram possível este certame durante 40 anos – todas as câmaras, executivos, funcionários que durante quatro décadas conseguiram manter viva esta tradição que é a Mostra de Artesanato. É uma honra e um orgulho muito grande todos os anos termos esta manifestação de vitalidade e nunca é por demais agradecer aos nossos artesãos, pois são absolutamente extraordinários e fazem jus à distinção de Barcelos, enquanto Cidade Criativa da UNESCO.

Certame com balanço muito positivo
Realizada na “casa” do costume, no Parque da Cidade, a 40.ª edição da Mostra Nacional de Artesanato e Cerâmica de Barcelos, que decorreu entre o dia 28 de julho e o dia 6 de agosto, teve todas as noites casa cheia, recebendo, dia após dia, milhares de pessoas. Reunindo cerca de cento e trinta expositores, de norte a sul do país, o certame teve animação diária, com Folclore e os concertos da Banda Atlantis, Augusto Canário, Sérgio Mirra, Bárbara Tinoco e Aurea, Dança da ARCA e Tunas do IPCA.
A cereja no topo do bolo foi a realização da Gala de Artesanato, que encerrou a edição deste ano, e durante a qual, ao som do maestro Alfredo Macedo, foram entregues distinções a diversos artesãos.
A mostra barcelense afirma-se pelo trabalho criativo dos artesãos do concelho – este ano estiveram presentes cerca de setenta – e pela valorização dos produtos da terra. Mais do que artesãos da atualidade, cada um deles é um repositório da memória coletiva do saber-fazer muito barcelense e da identidade territorial e social do concelho.
Fazendo jus ao título de Barcelos Cidade Criativa da UNESCO, a Mostra de Artesanato e Cerâmica constitui uma montra viva de produtos das artes e ofícios, desde a olaria e o figurado, à cestaria, bordados e linhos, passando pelos trabalhos em madeira e em cobre, artigos em pele e têxteis, até ao artesanato contemporâneo e joalharia.
O certame teve também uma forte componente lúdico-pedagógica e todos os dias permitiu que crianças e adultos participassem nos inúmeros workshops criativos por: Joaquim Pinto; AQBEL; Irmãos Baraça; Luís Gonzaga Coelho; Grupo Cultural e Etnográfico de Aldreu; Edmundo Sousa; Horácio Dantas; Ermelinda Rodrigues; Eduardo Barbosa; José Freitas; Nelson Oliveira; João Rêgo; Helena Silva; Elisabeth Gonçalves; Hélder Ferreira e Manuel Borges.

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