Misericórdia de Barcelos celebra 524 anos a fazer diferença na vida de quem precisa

A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos (SCMB) encerrou, este sábado, as comemorações dos primeiros 524 anos de “uma instituição que fez e faz diferença na vida de quem precisa”. 

“Tem sido numa envolvente externa complexa que nos cabe o desafio de ser referencial de estabilidade para aqueles a quem servimos e para os que connosco trabalham, e, ao mesmo tempo, agarrar oportunidades e ser farol de inovação social”, lembrou o provedor da instituição, Nuno Reis, após a eucaristia de ação de graças pelos 524 anos da Santa Casa de Barcelos. E, logo depois, enalteceu o trabalho e a entrega de todos os que ajudam a instituição a ser e fazer Misericórdia: “Que uma organização de beneficência consiga resistir mais de cinco séculos a procurar organizar-se da melhor forma para dar resposta às necessidades da comunidade só é possível com a ajuda de muitas e muitas pessoas, voluntários, colaboradores, beneméritos. Simplificando, de gente que deu um pouco de si e fez, ou faz, da sua vida, Servir”.  

A Misericórdia de Barcelos assume como sua a Missão de promover as Obras de Misericórdia através da prestação de serviços de qualidade nas áreas do envelhecimento, saúde, infância e juventude, combate à pobreza, voluntariado, formação, culto e na promoção da cultura, salvaguardando, também, o seu património e História com mais de cinco séculos. E, quaisquer que sejam as dificuldades ou incertezas, fica uma garantia do responsável da instituição: “Se o presente é de muito trabalho e o futuro de desafios, cabe-nos contribuir, ativamente, para encontrar as melhores soluções, perspetivar e desenhar as melhores respostas para as necessidades da comunidade”. 

Na celebração, marcaram presença pessoas, instituições, entidades com as quais a SCMB trabalha em rede, dando corpo a 60 parcerias estabelecidas em anos recentes. No final, a presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Maria José Fernandes, elogiou a Santa Casa “pelo trabalho que tem feito e, sobretudo, pela importância que tem em questões sociais, de partilha e envolvência”. “O IPCA é uma comunidade de quase sete mil estudantes, além de funcionários e professores, e estamos todos muito atentos àquilo que se passa e naturalmente colaboramos e estamos sempre em diálogo com a Santa Casa”, concluiu Maria José Fernandes. 

Preocupações partilhadas em “dia de festa” 

Na sua intervenção, “em dia de festa”, o provedor da Misericórdia de Barcelos, Nuno Reis, expressou ainda a “preocupação de que o acesso a financiamento é mais difícil para estas instituições [do setor social] do que para empresas ou organizações que buscam o lucro” e lamentou a burocracia com que tantas vezes se deparam: “Por vezes, as boas ideias encontram obstáculos inesperados. De pouco vale a instituições como a Misericórdia de Barcelos fazerem esforços no sentido de dar resposta a desafios como a habitação social ou a falta de alojamento estudantil, desenvolverem projetos, apresentarem candidaturas vencedoras a apoios europeus e depois verem os seus esforços atrasados pela máquina burocrática da administração pública”. “Valeria a pena […] que todas as entidades, organismos, diferentes patamares do Estado, se começassem por articular de forma adequada para que o trabalho de uns não se perca por regras ou critérios que parecem não se aplicar a todos da mesma forma”, partilhou, em jeito de reflexão. 

A eucaristia de ação de graças pelos 524 anos da Misericórdia de Barcelos reuniu, como habitual, colaboradores, utentes, Irmãos, benfeitores, parceiros e representantes de diversos organismos e entidades. A cerimónia religiosa foi presidida pelo Cónego José Paulo Abreu e concelebrada pelo Pe. Eduardo Miranda e pelo Pe. Jorge Dias. 

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