Bombeiros Voluntários de Barcelos: 141 anos ao serviço dos barcelenses
Jorge Reis, presidente da corporação, e António Moreira, comandante dos bombeiros, falaram à Cávado sobre a evolução da corporação que conta a bonita idade de 141 anos.
A evolução dos Bombeiros Voluntários de Barcelos
“Os tempos atuais obrigavam a que numa casa com 141 anos e com um edifício com 40, se fizessem algumas obras. Precisávamos de requalificar os espaços e ter condições dignas para os homens e mulheres que são voluntários aqui. Nesse sentido, em 2019, começamos a fazer a requalificação e ampliação do quartel. Desde aí foram investidos cerca de 1 milhão e 100 mil euros. Neste momento consideramos que temos as condições adequadas para as necessidades. Nestes últimos anos, conseguimos ter quatro escolas de bombeiros e foi dessa forma que conseguimos satisfazer o nosso declínio de bombeiros e neste momento temos um corpo ativo de cerca de 103 homens, com mais 10 em formação. A última requalificação foi o espaço polivalente para o museu das nossas viaturas antigas, na sequência do museu que tínhamos com 1200 peças inventariadas, onde temos uma Curadora estagiária sobre a tutela da responsável do museu de Olaria, do município de Barcelos.”
As necessidades da corporação
“De 2017 para esta parte, temos feito uma renovação grande, quer nas viaturas de transporte de doentes não urgentes, quer nas viaturas de transporte urgente. Continuamos a ter cerca de seis ambulâncias com mais de 20 anos e seis carros de incêndio com mais de 35 anos. Já investimos cerca de 1 milhão e 400 mil euros em viaturas e estamos a fazer essa renovação. Esperamos que nos próximos dois anos consigamos ter a parte da saúde completamente renovada e a parte dos veículos de incêndio em condições de eficácia no socorro às pessoas e aos bens.”
“As escolas dos bombeiros” são uma vertente que se tornou exemplo a replica.
“A duração destas escolas é de um ano. Ao fim desse tempo, eles têm que fazer um estágio, também de um ano. Não existe limite de participantes, queremos é candidatos. Estamos permanentemente abertos, porque é necessário e sabemos que as pessoas que vêm são pessoas jovens, sem uma vida profissional, completamente orientada, apesar de metade dos nossos profissionais, neste momento serem pessoas que já vieram dessas escolas. A questão da formação, não só é importante para estes novos como também para os profissionais e voluntários que têm uma obrigação de fazer 140 horas de serviço e 40 horas de formação anual. Por isso procuramos que essa formação seja sempre bem dada e com interesse para a corporação, mantendo as pessoas ativas no socorro. Está também uma escola a decorrer, já vamos na quarta. É este constante de escolas que nos permite também a renovação de pessoal e manter o voluntariado vivo.
Temos também uma parceria com várias escolas do concelho em que fazemos simulacros e ações de sensibilização sobre o suporte básico de vida e os primeiros socorros. Temos tido um reflexo positivo disso.”
Quanto à Gestão dos ativos, os dirigentes afirmam que “é difícil, mas ao mesmo tempo torna-se fácil porque lidamos com pessoas que têm mesmo espírito de voluntariado. Lidamos com 100 pessoas, logo 100 mentalidades diferentes. Estamos com um fluxo de 60 serviços diários e isso acarreta ter um escalonamento de pessoal previamente definido, mas temos uma equipa que em termos de voluntariado diz presente quando são chamados.
Projetos futuros?
“As ambições são acabar o reequipamento das viaturas de incêndio e de saúde. Talvez, mas não para o meu tempo, fazer um prédio que permita ter alguma habitação para alguns dos bombeiros. Por herança temos um prédio no centro da cidade que vamos começar a pensar fazer um projeto para habitação e assim criar sustentabilidade para os bombeiros de Barcelos. E claro queremos manter sempre que possível, escolas de bombeiros para que nunca haja falta de ativos, como acontece em muitos outros lados. De resto, pessoalmente, não tenho mais ambições do que estas. Acho que mais do que isto já é de outro mundo.”
Como forma de também angariar fundos são regulares as atividades.
“Temos aquele rail que fazemos todos os anos e que já passou a fazer parte do calendário. Demonstra que os bombeiros não estão só focados no socorro e no combate a incêndios, temos também esta parte social e desportiva. Desta forma aproveitamos o lazer e a angariação de fundos para a associação.”
Anjos Costa