Nota de imprensa CDS Barcelos – “intervenção na ultima reunião de Câmara”

“Em primeiro lugar lamentamos e protestamos a falta de informação que não nos é dada, apesar das conferências de imprensa que não devem ser a nossa fonte privilegiada de informação, e a nossa desvalorização que tem sido contínua desde o início do mandato. Esperávamos que a situação actual, como já o afirmamos, servisse para reconhecer que as diferenças são importantes e complementares. Infelizmente assim parece não ser. Fomos eleitos e representamos muitos barcelenses que, em nós, são também desvalorizados por V- Exª. Não é esta a forma de exercer o poder democrático.

QUESTÕES:

Distribuição das máscaras. Por uma questão de saúde deveria ser feita pelo correio como aconteceu noutros concelhos. Andar o Presidente da Junta e comitiva pelas portas não é um bom exemplo de confinamento. Definir um número por casa e quem provar necessitar mais entraria em contacto com a Junta que marcaria hora para a pessoa lá ir buscar.
Voltar a questionar os cabazes que aprovamos na reunião passada no valor de 75 euros. Será um cabaz isolado? Ou então qual a distância temporal para distribuição?
Sabendo-se que há muita gente a passar por dificuldades em consequência da Pandemia , há algum plano para ajudar nomeadamente em termos alimentares?
Hoje temos nas propostas dois projetos de requalificação de escolas, gostaria de saber se e quando, haverá algum plano para recuperação da Escola de Milhazes? Quando recomeçarem as aulas voltarão novamente os problemas do frio, a eletricidade a ir abaixo por não aguentar os aquecedores, ou porque está a trabalhar a cozinha, os alunos a levarem casacos para vestirem quando forem para a cantina, o amianto e outras situações inaceitáveis. Não seria agora a altura para fazer a recuperação?
Qual o ponto da situação em relação à gestão de combustível em Barcelos. Ninguém quer duas calamidades juntas. Se estiver tudo como está frente à Escola Secundária de Barcelos, prontinho a arder, estamos mal…. Evidentemente que não acredito que tudo esteja assim.
Na Rua Filipa Borges, no prédio onde se situa a Drogaria do Mercado, temos o telhado cheio de terras e ervas, parecendo-nos que a qualquer momento pode haver um desmoronamento como há anos aconteceu na Escola Gonçalo Pereira. Seria bom que a Câmara avaliasse o perigo e alguém limpasse e arranjasse o telhado pois se diariamente já passava ali muita gente, agora é por vezes um local de espera para um take-away próximo..

PROPOSTA:

Depois de termos apresentado algumas propostas para cuidar da saúde de todos, que estará sempre em primeiro lugar, apresentamos hoje algumas propostas para irmos pensando seriamente na recuperação da economia. Para além da pandemia da saúde existe também uma pandemia económica que também vai durar muitos anos e que todos vamos pagar, uns mais que outros como, infelizmente, sempre acontece. Teremos uma recessão económica sem paralelo desde há muitos anos.
Evidentemente que esta pandemia provocará certamente também uma quebra nas receitas fiscais, nacionais e locais e que, a nível nacional poderão traduzir-se também em menos verbas transferidas para as autarquias.
Os vários sectores estão e estarão em crise durante muito tempo. O final deste mês e o próximo mês nos dirão da grandeza desta crise no sector agro-alimentar, pois o consumo não vai disparar, no sector do comércio que perderá seguramente mais de 30% do seu rendimento e que, muitas vezes mais que os custos com pessoal, tem custos elevadíssimos com rendas, sendo que o comércio mais pequeno, quase sempre apenas com um sócio gerente, não terá qualquer apoio. O têxtil, em crise estrutural que necessita que se olhe para ele de outra forma, o turismo, restauração que teve de se adaptar, mas com perdas enormes.
Demasiadas pessoas recorrem ao Banco Alimentar, muitas delas que nunca pensaram fazê-lo, demonstrando carência extrema. Por tudo isto é necessário pensarmos e agirmos rapidamente. AS ajudas que o Estado deu são positivas, mas em muitos casos, demoradas e com muitas dificuldades para serem cumpridas. Mas temos de pensar em Barcelos pois se não tivermos empresas, comércio ou serviços em funcionamento, não teremos trabalhadores, não teremos impostos a cobrar, mas subsídios a pagar.
Propomos assim que se elabore um Plano de apoio à economia, como propusemos para as pessoas na reunião passada, que rapidamente seja colocado no terreno. Não queremos colocar as pessoas, empresas e serviços no papel de pedintes, mas no papel de dinamizadores da economia local.
Propomos assim que, em conjunto com representantes do comércio, indústria, sector agro-alimentar e outros se elabore um plano para fazer face a esta pandemia económica.
Algumas das medidas, sem qualquer ordenação por importância, poderiam ser:
– promover/permitir mercado diário/feira semanal apenas de frutas e legumes dos pequenos agricultores, como meio de escoamento dos produtos e fonte de receita desses agricultores, respeitando evidentemente todas as medidas de segurança;
– reduzir ainda mais os prazos pagamento a fornecedores da CMB
– Privilegiar empresas têxteis locais numa eventual compra de máscaras sociais;
-Campanha de marketing de promoção dos produtos concelhios
– Acelerar investimento público
-Restabelecer confiança dos consumidores
-Investir nas atividades económicas
-Apoiar projectos de reconversão e adaptação tecnológica de pessoas e empresas
-Apoiar de forma especial pequenos produtores / pequenos comerciantes (já propusemos há quase dois anos um roteiro do comércio tradicional)
-Implementar medidas para diminuir a despesa em rubricas não essenciais
– Reconhecendo que a Câmara precisará evidentemente de dinheiro, mas não o terá se as pessoas não puderem contribuir, baixar finalmente, após dez anos, a taxa de IMI, devolver a totalidade ou uma parte do IRS, isentar de derrama as empresas.

São algumas medidas avulso que apresentamos para discussão, mas um grupo de trabalho envolvendo os representantes dos vários sectores, como atrás enumeramos, com um prazo bem definido para apresentar medidas, seria a solução que propomos.

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