ESTADO DE CALAMIDADE NO TURISMO DO MINHO – APROTURM

A manter-se o estado atual de ausência efetiva de foco, por parte das entidades oficiais nacionais,
regionais e municipais de turismo no relançamento da atividade do turismo e do redesenhar de novas
abordagens ao relançamento do setor, completamente parado, receia-se uma crise prolongada e
dolorosa na região.
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A Associação de Profissionais de Turismo do Minho (APROTURM), vê com especial preocupação o futuro
do turismo no Minho. A análise dos resultados do inquérito que promoveu entre 3 e 13 de maio inclusive, e
as conclusões do Fórum que promoveu entre 23 de março e 7 de maio (que contou com a presença de
especialistas e investigadores no mercado do trabalho, no investimento, nas agências de viagens,
empresários da hotelaria e alojamento, restauração e animação turística e políticos locais ligados ao setor),
vêm demonstrar a evidência de um setor frágil, constituído por micro e pequenas empresas dominantemente
com menos de 5 trabalhadores.
Na fase que antecedeu a Pandemia do COVID 19, havíamos já apelado para a necessidade de se reforçar a
capacidade das empresas ligadas ao turismo no Minho. Efetivamente registávamos uma significativa
ausência de profissionais licenciados nas empresas de turismo da região. Constatavam-se então, excelentes
resultados para o turismo em Portugal e na Região Norte, mas não existiam políticas de reforço estratégico
das empresas, quer pelo aumento da sua capacitação técnica e tecnológica, nem pelo reforço da capacitação
do seu potencial humano. Os programas de apoio à empregabilidade de quadros superiores era praticamente
ou quase inexistentes (limitando-se a medidas gerais sem qualquer visão estratégica para o reforço da
capacitação em novas competências ao nível dos recursos humanos para o setor do turismo).
A Entidade de Turismo do Porto e Norte, havia entrado numa grave crise interna e, como tal, não tem tido a
capacidade de atuar de forma estratégica na construção e apoio ao desenvolvimento de um tecido
empresarial mais forte. O seu papel tem sido residual para garantir uma maior resiliência na ultrapassagem
das dificuldades que as empresas do turismo, sentem no coração da sua atividade, arrastando toda a
economia regional.
A ausência de capacidade organizativa ao nível das estruturas associativas empresariais para apoiar o tecido
empresarial do turismo da região minhota, surge como uma fragilidade relevante, impedindo os empresários
de se sentir representados e defendidos ao mesmo nível que se encontram em outras regiões do país.
(exemplo do Algarve onde o setor hoteleiro tem exigido medidas concretas de apoio ao setor)
A brutal redução de negócio e a ausência de expectativas sobre o próximo futuro, apresentam cenários de
forte preocupação, no aumento do desemprego no setor, na paragem dos projetos privados de turismo, no
encerramento de empresas de turismo e na completa desorientação sobre o futuro do setor. O turismo
internacional sofrerá os efeitos do despedimento em massa nas companhias aéreas, da crise económica que
afetará os países emissores para Portugal, do aumento do desemprego e da queda do PIB nos diferentes
países, a que acresce a incerteza relativa a uma segunda vaga da pandemia do COVID 19.
A APROTURM, lamenta que até à data não tenham sidos realizadas reuniões de emergência por parte dos
Conselhos Consultivos Municipais de Turismo para analisar a situação do setor ao nível de cada Concelho da
região do Minho. A manter-se o estado atual de ausência efetiva de foco no relançamento da atividade do
turismo e do redesenhar de novas abordagens ao relançamento do setor, completamente parado, receia-se
uma crise prolongada e dolorosa na região.
Dada a ausência de informação e dados reais sobre o estado do tecido empresarial do turismo na região, a
APROTURM, receia que, no momento do redespertar para o relançamento da atividade, os profissionais do
turismo se tenham desviado do setor, perdendo-se capacidade regional. Atualmente muitos dos profissionais
estão a confrontar-se com o encerramento de unidades de alojamento, de restauração, de animação turística e
agências de viagens, gerando uma mais frágil oferta de serviço e produto turístico na região. A escassez de
informação e de medidas não favorece uma atitude positiva por parte dos profissionais que receiam pelo
futuro do turismo na região.
A APROTURM, releva no entanto, o esforço que, Sua Excelência o Presidente da República e o Governo
têm realizado para manter Portugal e o Minho numa caminhada prudente de desconfinamento e de
reconquista da confiança.
A APROTURM, no quadro de análise dos resultados do estudo que efetuou e das conclusões que produziu o
FORUM sobre o PÓS-COVID 19 no Minho, apela à necessidade de se implementar uma política focada no
relançamento do setor que passará por:
– Criar uma Operação Integrada de Desenvolvimento para o turismo da região do Minho, com meios
para apoiar o efetivo reerguer do tecido empresarial, da empregabilidade e capaz de apoiar o
desenvolvimento de uma estratégia de relançamento do turismo da região;
– Promover uma caracterização urgente do tecido empresarial, identificando o potencial instalado
e conhecer o estado atual e futuro de capacidade de relançamento da atividade;
– Reclamar a realização de reuniões, com carácter de urgência, dos Conselhos Consultivos de
Turísmo Municipais, para se analisar o impacto e situação efetiva do setor empresarial do turismo.
Para se poder tomar consciência sobre o verdadeiro estado e capacidade do tecido empresarial do
turismo para se recompor e se relançar em termos concelhios e regionais;
– Desenvolver um verdadeiro e estratégico programa de fomento da empregabilidade no setor
do turismo regional, apoiando com financiamentos orientados à contratação de técnicos licenciados. ( à
semelhança ao programa implementado na oportunidade pelo saudosa Prof Veiga Simão designado
Jovens Técnicos para Indústria e que foi o melhor programa nacional de integração de quadros nas PME´s
em Portugal)
– Apoiar a capacitação das estruturas associativas empresariais e profissionais para que
possam contribuir para o relançamento do setor no acompanhamento das empresas ainda em funcionamento;
– Criar viveiros de micro empresas para o setor do turismo, como forma de renovar e substituir
as empresas que encerrarão a sua atividade.
A APROTURM, encontra-se disponível para cooperar com as instituições públicas e privadas que pretendam
contribuir de forma ativa para o relançamento e desenvolvimento do Turismo do Minho.

Relatório APROTURM – Impacto COVID-19 nas empresas turísticas Minho

 

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